Dia 20 de março de 2023 foi divulgado o Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o último volume de um trabalho de oito anos do corpo científico mais confiável do mundo sobre mudanças climáticas.
A partir das descobertas científicas sobre a ciência física das mudanças no clima, impactos, adaptação e vulnerabilidade às mudanças climáticas e mitigação, o relatório síntese do IPCC fornece a melhor e mais abrangente avaliação das mudanças climáticas do mundo.
Ao longo das quase 8 mil páginas, o AR6 detalha as graves consequências do aumento das emissões de gases do efeito estufa (GEE) em todo o mundo.
A maior delas é o aumento das temperaturas globais, o que intensifica eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e tempestades intensas. Isso pode ter impactos devastadores na agricultura, perda de biodiversidade, na infraestrutura e na saúde humana, bem como todos os riscos irreversíveis se não adotarmos medidas urgentes de mitigação.
Mas o IPCC também aponta caminhos para evitar esses riscos. O documento identifica ações já disponíveis e, em alguns casos, consideravelmente econômicas que podem reduzir as emissões de GEE, aumentar a remoção de carbono e construir resiliência. Embora a janela para enfrentar a crise climática esteja fechando rapidamente, o IPCC afirma que ainda temos chance de garantir um futuro seguro e habitável.
É possível manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C, desde que medidas sejam implementadas imediatamente. É crucial que o mundo alcance o ponto máximo das emissões de gases de efeito estufa até 2025, reduzir essas emissões em quase metade até 2030, alcançar a neutralidade de carbono até meados do século e, simultaneamente, garantir uma transição justa e equitativa.
Remoção de Carbono
A mais importante ação a ser adotada para manter o aumento da temperatura global dentro do limite de 1,5°C é o sequestro de carbono.
De acordo com o IPCC, todos os caminhos que limitam o aquecimento a 1,5°C dependem da remoção de carbono. Essas abordagens podem incluir tanto soluções naturais, como o sequestro e armazenamento de carbono em árvores e no solo, quanto tecnologias que fazem a captura do CO2 diretamente da atmosfera.
Governos
Atualmente, existem políticas climáticas em pelo menos 170 países, mas em muitas nações esses esforços ainda precisam progredir do planejamento para a implementação.
Governos devem criar planos de ação mais incisivos para eliminar emissões e absorver carbono da atmosfera, especialmente os países mais desenvolvidos que geram mais emissões.
O IPCC estima que pode custar $400 bilhões para fazer mudanças na agricultura e outros usos de terra para limitar as emissões. Esse valor é menor do que os subsídios que esses setores já recebem hoje dos governos. Muitas dessas soluções climáticas naturais beneficiam a sociedade de outras formas, como melhorando a qualidade da água ou do ar, gerando renda, produzindo mais alimentos e protegendo a biodiversidade.
Setor privado
Assim como os governos, o setor privado deve se comprometer em alcançar zero emissões líquidas em suas operações. A forma mais direta de fazer isso é mudar para fontes de energia limpa. A transição para fontes renováveis proporciona baixo custo, baixas emissões e maior chance de alcançar as necessidades globais, sem ameaçar o meio ambiente.
Setores que têm dificuldade para reduzir suas emissões hoje, como companhias aéreas e marítimas, devem encontrar formas de compensar seu impacto. Mercados de carbono são uma maneira de fazer isso, permitindo que o setor privado e outros emissores de carbono comprem créditos pelas suas emissões inevitáveis, que pagam para proteger áreas que estariam ameaçadas sem esses recursos direcionados para conservação ou restaurar áreas que não poderiam se regenerar.
No geral, é necessário que haja um esforço em conjunto do governo e do setor privado para investir em inovação e descarbonizar a indústria.
Mudanças de comportamento e estilo de vida
Mudar os padrões de consumo pode desempenhar um papel crucial na redução das emissões de carbono e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Estima-se que algumas mudanças de estilo de vida, particularmente entre os mais ricos, poderiam reduzir as emissões de GEE de 40% a 70% até 2050 em comparação às políticas climáticas atuais.
Andar de bicicleta, ou transporte coletivo, evitar voos de longa distância, reduzir do consumo de carne e laticínios, reduzir o uso de plástico descartável, evitar o desperdício de alimentos e usar energia de forma mais eficiente nas construções estão entre as medidas de mitigação mais eficazes.
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FONTES: RELATÓRIO IPCC 2023
WRI BRASIL